terça-feira, 13 de setembro de 2011

Som suspenso

Depois de ouvir todas as combinações possíveis de consolos,
e de estar emocionalmente entorpecido a ponto de perceber o que cada um desses consolos invoca, qual lembrança cada um deles traz

De receber abraços de pessoas que você não conhece,
e surpreender-se ao perceber que os abraços são sinceros

Sentir raiva de quem parece sofrer mais que você

E o egoísmo dizer o quanto isso é injusto e o quanto você é azarado



Sobra essa solidão, esse silêncio,
silêncio suspenso de quem joga uma pedra num poço e espera pelo som da água lá embaixo

Silêncio inútil, suspensão inútil
Pois nesse poço, não adianta esperar som de resposta.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Um gênio nato


Hoje encontrei um amigo. Ele está trabalhando com educação matemática, e estava acompanhado de dois garotos adolescentes. Garotos negros, humildes. Assim que as aulas com meu amigo acabassem, possivelmente eles nunca mais pisariam na Unicamp. Meu amigo me apresentou aos meninos como “um gênio da matemática”. Eu, pra sair do elogio pela tangente, fiz alguma piada que envolvia eu ser um especialista na tabuada do 37. Despedi-me do pessoal, e fui fazer minhas contas (estudar).
Pois bem, no meio das minhas contas me surgiu um pensamento engraçado: a chance é grande de que eu seja a pessoa que “mais estudou matemática” que esses garotos conhecerão na vida. Então talvez, para eles, realmente eu seja um gênio da matemática. Pensei na vida que eu e as outras pessoas dessa universidade levam (pessoas logicamente também geniais), e o quê de genial existe nessa vida.
Mundo estranho esse. Genialidade vêm do berço. E tem gente que tem medo do determinismo matemático. Tolinhos.
(aviso de ironia)